Com esta obra, José Barata-Moura completa uma investigação iniciada em “Da Representação à «Práxis»”, igualmente publicada pela Editorial Caminho — sobre a determinação e os supostos da prática como categoria filosófica no quadro do pensamento contemporâneo. Heidegger, Gramsci, Sartre, Lukács, Goldmann, Petrovič, Adorno, M. Henry, Habermas, são desta vez interlocutores privilegiados de um debate crítico diferenciado.

Desenvolvendo o método critico-filosófico das «matrizes de solução», José Barata-Moura tenta surpreender traços constitutivos e supostos do que designa por «ontologias da práxis». Apesar de todas as significativas diferenças que entre si e em cada caso patenteiam, estas ontologias comungam, em geral, de um mesmo fundamento: o de atribuírem uma função constitutiva (em termos finalmente ontológicos, se bem que nem sempre desde logo claramente expressos e admitidos) à actividade humana, globalmente designada como «práxis».

Esta investigação revela-se também como um contributo para uma determinação mais concreta da categoria materialista de «idealismo», ao mostrar como o seu horizonte. de aplicação se não circunscreve a doutrinas imediatamente assentes na atribuição de um primado à consciência representativa, mas igualmente se pode estender a concepções orientadas para uma proclamação da prioridade do «práxico».