Em pouco mais de centena e meia de páginas, Pierre Ducassé, professor de Filosofia da Universidade de Besançon e considerado hoje como um dos mestres da literatura de divulgação, logrou proporcionar aos leitores um completo panorama da evolução das técnicas, desde os rudimentares processos de que se utiliza o homem pré-histórico até às extraordinárias perspectivas abertas pela ciência do nosso século. A história das técnicas, que o mesmo é dizer, a história da acção movida pelo homem sobre a natureza, modificando-a e submetendo-a às suas necessidades, constitui um dos mais significativos aspectos da evolução da humanidade: desconhecê-la ou menosprezá-la equivale a furtar-se à compreensão da própria história, à compreensão do passado como do presente do homem. São do autor de "A História das Técnicas" estas palavras breves mas lúcidas, que definem com clareza os fins que ele se propôs ao dar a lume esta obra: «Não tem este livro a ambição de resolver os enigmas da história. Basta-lhe tornar mais presentes no espírito de cada um as condições essenciais do nosso equilíbrio vital, mediante a evocação das técnicas humanas: epopeia fulgurante, fascinante em si mesma graça da sua condição de inventor. A indústria é o símbolo das forças ambíguas, como o ferro, que tanto fornece a charrua como o gládio. Será a aventura do homem sujeitando a natureza o prelúdio da sua própria sujeição ou o da sua libertação? Gostaríamos que, pelo menos, graças ao seu passado, as técnicas trouxessem ao homem um benefício sem peçonha: a vontade de se dominar, a arte de se conhecer pela apreciação das suas obras.»
Em pouco mais de centena e meia de páginas, Pierre Ducassé, professor de Filosofia da Universidade de Besançon e considerado hoje como um dos mestres da literatura de divulgação, logrou proporcionar aos leitores um completo panorama da evolução das técnicas, desde os rudimentares processos de que se utiliza o homem pré-histórico até às extraordinárias perspectivas abertas pela ciência do nosso século. A história das técnicas, que o mesmo é dizer, a história da acção movida pelo homem sobre a natureza, modificando-a e submetendo-a às suas necessidades, constitui um dos mais significativos aspectos da evolução da humanidade: desconhecê-la ou menosprezá-la equivale a furtar-se à compreensão da própria história, à compreensão do passado como do presente do homem. São do autor de "A História das Técnicas" estas palavras breves mas lúcidas, que definem com clareza os fins que ele se propôs ao dar a lume esta obra: «Não tem este livro a ambição de resolver os enigmas da história. Basta-lhe tornar mais presentes no espírito de cada um as condições essenciais do nosso equilíbrio vital, mediante a evocação das técnicas humanas: epopeia fulgurante, fascinante em si mesma graça da sua condição de inventor. A indústria é o símbolo das forças ambíguas, como o ferro, que tanto fornece a charrua como o gládio. Será a aventura do homem sujeitando a natureza o prelúdio da sua própria sujeição ou o da sua libertação? Gostaríamos que, pelo menos, graças ao seu passado, as técnicas trouxessem ao homem um benefício sem peçonha: a vontade de se dominar, a arte de se conhecer pela apreciação das suas obras.»