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O fim dos territórios

LT006014

Bertrand Badie

Editora Piaget Ed.
Idioma Português PT
Estado : Usado 5/5
Encadernação : Brochado
Disponib. - Em stock

€11
Mais detalhes
  • Código
  • LT006014

Descrição

Do desenvolvimento da sociedade feudal até ao Tratado de Versalhes, a concepção política do território foi progressivamente definida. Único suporte da autoridade, o território tem como função delinear o quadro das fidelidades individuais, do controlo e da atribuição de pensões. Foi o território que dotou a vida internacional dos seus princípios fundadores, concebendo-a como uma reunião de unidades soberanas. Construção que se encontra, de agora em diante, comprometida, vítima da modernidade, da mobilização acrescida dos indivíduos, dos progressos da comunicação, do regresso do particularismo e do etnicismo. Demasiado limitado para fazer face ao desenvolvimento das trocas, é considerado vasto de mais para se adaptar às necessidades da nova procura identitária. É cada vez menos aceite como suporte de uma identidade política cidadã, e cada vez mais tolerado ou reivindicado como instrumento de uma identidade religiosa ou étnica. À medida que a definição política dos povos se esbate, a afirmação dos direitos de autodeterminação pressupõe um requestionamento global e dessacralizado dos territórios. Daí resulta uma desordem que parece escapar às regras da geografia política e em que a complexidade das regras modernas e o labirinto das identidades tradicionais se sobrepõem conjuntamente à pertença a um território. O enorme crescimento dos fluxos transaccionais, a proliferação das redes e o fracasso da relação cidadã que se verifica um pouco por todo o lado, enfraquecem inevitavelmente - em particular fora da Europa - o território do Estado-nação que, cada vez menos, pode ter pretensões a beneficiar da fidelidade prioritária dos indivíduos. Formam-se tendências em que a multipicidade parece triunfar sobre o uno: de uma Europa pluriespacial a uma Ásia oriental feita de redes abertas, adivinham-se novas divisões do trabalho, formas inéditas de pensar a diversidade das funções através da multiplicidade dos espaços e das fidelidades. O fim das mediações territoriais pode anunciar, também, o advento de uma mundialização falhada e não conduzir directamente nem à emancipação do indivíduo, nem à construção de uma sociedade mundial. Atingir estes dois objectivos supõe que a dimensão universalista, de que o princípio de territorialidade era portador, seja reinvestida noutro domínio, que o respeito pelo outro se torne um valor transnacional, num momento em que nenhuma instituição dispõe de meios para impô-los por coerção. Num tempo de conjugações de Estados e de nacionalismos, esta obra revela-se imprescindível e fundamental para melhor entender e visualizar com mais clareza as vantagens e desvantagens de qualquer união.

O fim dos territórios

€11

LT006014

Bertrand Badie
Editora Piaget Ed.
Idioma Português PT
Estado : Usado 5/5
Encadernação : Brochado
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Descrição

Do desenvolvimento da sociedade feudal até ao Tratado de Versalhes, a concepção política do território foi progressivamente definida. Único suporte da autoridade, o território tem como função delinear o quadro das fidelidades individuais, do controlo e da atribuição de pensões. Foi o território que dotou a vida internacional dos seus princípios fundadores, concebendo-a como uma reunião de unidades soberanas. Construção que se encontra, de agora em diante, comprometida, vítima da modernidade, da mobilização acrescida dos indivíduos, dos progressos da comunicação, do regresso do particularismo e do etnicismo. Demasiado limitado para fazer face ao desenvolvimento das trocas, é considerado vasto de mais para se adaptar às necessidades da nova procura identitária. É cada vez menos aceite como suporte de uma identidade política cidadã, e cada vez mais tolerado ou reivindicado como instrumento de uma identidade religiosa ou étnica. À medida que a definição política dos povos se esbate, a afirmação dos direitos de autodeterminação pressupõe um requestionamento global e dessacralizado dos territórios. Daí resulta uma desordem que parece escapar às regras da geografia política e em que a complexidade das regras modernas e o labirinto das identidades tradicionais se sobrepõem conjuntamente à pertença a um território. O enorme crescimento dos fluxos transaccionais, a proliferação das redes e o fracasso da relação cidadã que se verifica um pouco por todo o lado, enfraquecem inevitavelmente - em particular fora da Europa - o território do Estado-nação que, cada vez menos, pode ter pretensões a beneficiar da fidelidade prioritária dos indivíduos. Formam-se tendências em que a multipicidade parece triunfar sobre o uno: de uma Europa pluriespacial a uma Ásia oriental feita de redes abertas, adivinham-se novas divisões do trabalho, formas inéditas de pensar a diversidade das funções através da multiplicidade dos espaços e das fidelidades. O fim das mediações territoriais pode anunciar, também, o advento de uma mundialização falhada e não conduzir directamente nem à emancipação do indivíduo, nem à construção de uma sociedade mundial. Atingir estes dois objectivos supõe que a dimensão universalista, de que o princípio de territorialidade era portador, seja reinvestida noutro domínio, que o respeito pelo outro se torne um valor transnacional, num momento em que nenhuma instituição dispõe de meios para impô-los por coerção. Num tempo de conjugações de Estados e de nacionalismos, esta obra revela-se imprescindível e fundamental para melhor entender e visualizar com mais clareza as vantagens e desvantagens de qualquer união.