A história de Pedro e Inês recebe aqui um tratamento a situá-la na sua figura própria, que é o carácter da pessoa. A verdade é um estado de fé. Descobrir nos arquivos os sinais dos acontecimentos é menos importante do que descobrir a maturidade do tempo em que os acontecimentos se deram e, por conseguinte, a verdade. Não se trata de um romance nem de uma biografia, ou de um pretexto de autonomia em vista de uma cultura. É uma obra de investigação, mas fora das indicações imperativas sobre a maneira de conduzir um estudo deste teor. A imaginação, tão corrompida pelo maquinal da razão e do gosto, tem aqui um papel principal, o papel das luzes no sentido mais amplo. Sobretudo o que interessa a Agustina Bessa-Luís é compreender a dependência em que se encontram as decisões da vontade humana frente à soberania da razão momentânea, ditada pelos grupos dominantes e pela natureza regressiva de todas as coisas.
A história de Pedro e Inês recebe aqui um tratamento a situá-la na sua figura própria, que é o carácter da pessoa. A verdade é um estado de fé. Descobrir nos arquivos os sinais dos acontecimentos é menos importante do que descobrir a maturidade do tempo em que os acontecimentos se deram e, por conseguinte, a verdade. Não se trata de um romance nem de uma biografia, ou de um pretexto de autonomia em vista de uma cultura. É uma obra de investigação, mas fora das indicações imperativas sobre a maneira de conduzir um estudo deste teor. A imaginação, tão corrompida pelo maquinal da razão e do gosto, tem aqui um papel principal, o papel das luzes no sentido mais amplo. Sobretudo o que interessa a Agustina Bessa-Luís é compreender a dependência em que se encontram as decisões da vontade humana frente à soberania da razão momentânea, ditada pelos grupos dominantes e pela natureza regressiva de todas as coisas.