Em 1966, em pleno regime Salazarista, Bernardo Santareno trabalha em cima do romance homónimo de Camilo Castelo Branco, que se inspirara na história do dramaturgo português seiscentista António José da Silva, conhecido como o judeu, e cria aquela que tem sido, ao longo dos anos, considerada provavelmente a melhor peça de teatro portuguesa do século XX. Ao contar a história do dramaturgo António José da Silva, bernardo Santareno estabelece uma alegoria do regime Salazarista e da sua perseguição a qualquer tipo de discurso livre. A Inquisição, o tribunal, a escumalha de denunciantes e afins que condenam António José da Silva à fogueira têm evidente paralelo na acção da PIDE e na censura ideológica e política bem como no regime opressor.
Bernardo Santareno é o pseudónimo literário de António Martinho do Rosário, cujo exercício da medicina (em Psiquiatria) conciliou, durante anos, com a escrita para teatro, alcançando, desde a sua estreia nos anos sessenta, um papel de primeiro plano no teatro português. Entre registos realistas, de tonalidade mais naturalista ou com traços épicos, a sua escrita foi essencialmente de denúncia, atenta à realidade do país e visando uma consciência social, o que lhe valeu a proibição de algumas das suas peças e a perseguição pelo regime salazarista.
€10
Em 1966, em pleno regime Salazarista, Bernardo Santareno trabalha em cima do romance homónimo de Camilo Castelo Branco, que se inspirara na história do dramaturgo português seiscentista António José da Silva, conhecido como o judeu, e cria aquela que tem sido, ao longo dos anos, considerada provavelmente a melhor peça de teatro portuguesa do século XX. Ao contar a história do dramaturgo António José da Silva, bernardo Santareno estabelece uma alegoria do regime Salazarista e da sua perseguição a qualquer tipo de discurso livre. A Inquisição, o tribunal, a escumalha de denunciantes e afins que condenam António José da Silva à fogueira têm evidente paralelo na acção da PIDE e na censura ideológica e política bem como no regime opressor.
Bernardo Santareno é o pseudónimo literário de António Martinho do Rosário, cujo exercício da medicina (em Psiquiatria) conciliou, durante anos, com a escrita para teatro, alcançando, desde a sua estreia nos anos sessenta, um papel de primeiro plano no teatro português. Entre registos realistas, de tonalidade mais naturalista ou com traços épicos, a sua escrita foi essencialmente de denúncia, atenta à realidade do país e visando uma consciência social, o que lhe valeu a proibição de algumas das suas peças e a perseguição pelo regime salazarista.